30 de agosto de 2005

Fortuna Minor



~ O Acidental Perfume do Almíscar ~
Jalal ud-Din Rumi



Não atente ao acidente
(efêmero e instável )
pois sua essência
é semelhante à essência
do recipiente que contém o almíscar,
e o mundo e seus prazeres
é parecido com o perfume do almíscar.

O perfume do almíscar
não é duradouro
porque é um acidente.

Logo, se alguém busca
o almíscar no perfume
sem contentar-se só com o perfume,
faz bem.

Agora, se alguém se submete ao perfume
do almíscar faz mal, porque se rende
a algo que sua mão nunca poderá reter.

O perfume não é senão
uma qualidade do almíscar.

Enquanto o almíscar
permanece nesse mundo
podemos aspirar o seu perfume;
mas quando se evapora
e cruza o véu do invisível
os que vivem por seu perfume,
morrem.

Porque o perfume
é inerente ao almíscar.
É a parte em que o almíscar se manifesta.


* do discurso de número 12 do poeta Jalal ud-Din Rumi, com tradução de Monica Berger. A imagem é da figura geomântica Fortuna Minor.


2 comentários:

Fernando Palma disse...

Ola!
Gostei das coisas que vi no seu blog. Voltarei p ler um pouco mais..

Anônimo disse...

Tbem estou com Rumi na cabeceira. "Coincidência" deliciosa