6 de agosto de 2016

O Rapto de Perséfone

- A Virgem de Agosto -



As situações de crise são as que melhor refletem a necessidade de transformação. O fundo do poço é a mola que nos faz voltar à superfície, como diz a sabedoria popular. O mito de Perséfone, filha de Deméter, a deusa da vegetação e da agricultura, raptada por Hades, o deus das profundezas, ilustra simbolicamente como somos arrebatados da nossa felicidade por situações que nos levam à depressão e a decorrente dificuldade de reagirmos, estabelecendo um diálogo com a nossa consciência e negociando uma subida à luz com o equilíbrio reconquistado. Subimos diferentes de quando descemos; há um processo de maturação e integração da nossa sombra depois de passarmos alguns meses com Hades. 

O jogo, proposto pelo tarólogo Veet Vivarta em O Caminho do Mago, serve para que seja possível libertar Perséfone, fazendo justiça tanto a Hades quanto Deméter, e se aplica à administração de crises e para clarear situações do passado que ainda não foram compreendidas e assimiladas. 

A força de Hades mostrará o que precisa morrer na sua vida; a resistência ao rapto, a forma como vem bloqueando seus processos de transformação; os grãos de romã, onde se está perdendo energia; a seca de Deméter, as riquezas que não se expressam devido as suas desistências; a presença de Hermes, a ação correta neste momento, o acordo entre Hades e Deméter, a área da vida em que os ajustes precisam ser realizados e o retorno de Perséfone, no que resultará um trabalho comprometido diante da crise. 

A leitura deste jogo é feita por Skype ou WhatsApp (gravações de aúdio, para quem não tem disponibilidade de tempo) com as cartas do Tarot de Crowley. A duração é de 50 minutos e o valor da consulta é de 78 reais neste mês de agosto. Informações pelo e-mail: zoedecamaris@gmail.com.



"Perséfone, de belos olhos negros e braços brancos, filha de Deméter e Zeus, colhia flores despreocupada num dia de primavera quando uma fenda abre-se na terra. Da enorme fenda surge Hades, o de face invisível, senhor do Érebo, com seus cavalos negros. Hades havia se apaixonado e rapta a virgem, levando-a a contragosto para as profundezas. Deméter, inconsolável, sai desesperada em busca da filha. Os frutos secam nos pés, as flores murcham, a terra estéril sofre com a tristeza da deusa da agricultura. Mas Perséfone já não pode voltar do reino dos mortos: comera algumas sementes de romã e quem ingerisse alimento nos infernos não mais poderia retornar. É Hermes (alguns mitos apontam Zeus) que negocia com o deus das profundezas e, frente ao mundo desolado e seco, que Perséfone permaneceria apenas três meses com Hades e o restante do tempo, na superfície com sua mãe, criando a roda das estações".


Zoe de Camaris

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