Quando comecei trabalhar como professora na Universidade Federal de Ouro Preto, onde também cursei minha especialização em Letras, lembro-me que quando falava do Tarot sempre causava um estranhamento, quando não uma risadinha de canto de boca. Me irritava muito que as pessoas não percebessem o seu potencial como um sistema de linguagem visual e relacionassem o Tarot apenas ao seu conteúdo esotérico e oracular. Mesmo o seu viés misterioso era abafado pela imagem do charlatão, da cartomante de fundo de quintal, da tenda de estrelinhas, enfim, parte de um universo brega.
Italo Calvino já havia escrito o seu Castelo dos destinos cruzados e isso me ajudou um pouco, afinal Calvino sempre foi e é considerado um autor de ponta para os estudos literários. Mesmo assim a desconfiança continuava e eu cada vez mais imbuída da minha pretensiosa missão de revalidar o Tarot como uma das mais profícuas máquinas de imaginar já criadas pela sensibilidade humana. E a gente começa, sempre, na beira do rio que corre em nossa aldeia...
Hoje, vejo com alegria que, independente das minhas pequenas vitórias e derrotas, o Tarot não precisa mais de revalidação. Sua qualidade em propulsionar o ato criativo é reconhecida universalmente e cada dia que passa fascina mais adeptos.
Hoje, vejo com alegria que, independente das minhas pequenas vitórias e derrotas, o Tarot não precisa mais de revalidação. Sua qualidade em propulsionar o ato criativo é reconhecida universalmente e cada dia que passa fascina mais adeptos.
Pesquisando imagens que guardo nos meus arquivos, dei de cara com uma modelo desfilando para o Fashion Week de Nova Iorque um traje inspirado nas imagens de Frida Harris. E resolvi então pesquisar um pouco sobre o mundo fashion e o Tarot. Uau! O Tarot faz festa em Milão, Nova Iorque e Paris.
O ensaio fotográfico é da René Oliver Production e se chama Visionary Fashion. Não entendo nada de moda mas gosto particularmente da ideia proposta para a Torre e da beleza delicada da carta da Justiça. Curiosamente são as duas imagens que guardam uma maior semelhança com o conteúdo original das lâminas.
E esta máscara/cabelo então? É maravilhosa. Frida H. na veia.
Essa produção é para o Harper's Bazaar, 1953, por Louise Dahl Wolfe. Vintage total.
E este traje de Christian Lacroix para a Grã, Alta, Super Sacerdotisa? Alucinante.
Bem, aí estão alguns poucos exemplos do Tarot fazendo moda. E para quem quer um oráculo fashionista, clique aqui e tire suas cartas com o Vogue Tarot.
Agora lá vou eu tomar um banho e dar de cara com meu guarda-roupinha. Ai ai, é para quem pode, não para quem quer... Snif.
Zoe de Camaris
Um comentário:
Adorei!
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